domingo, 27 de setembro de 2009

Indivíduo

Na mansidão de um dia vazio
Remontam-se as lembranças de um ontem inacabado.
Memórias cheias de peso,
Meio ao sorriso de quem corajoso e astuto foi.
Confundem-se os passados experimentados
No discurso de quem poeta é.
Engano e enfado àqueles que se encontram.
Cansaço da redundância de quem cheio de novidade está.
O destino incerto do um coerente e confuso
À frente oferece medidas impossíveis.
Tenta-se calar, ouvir, sentir e ver.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Incapaz

Já não se sabe mais onde está a raiz da dor. O que causa esse desespero, esse monstro que a qualquer momento sai, grita, sangra. Não há controle nem reconhecimento. É terreno novo, inexperiência, insegurança. Os gemidos já fazem parte do dia-a-dia. E o clamor sincero dos amigos não mais parece ter força. A capacidade de despertar e perceber que tudo foi somente um sonho ruim parece não existir. A escuridão e o cinza são a realidade.

Não queria que assim fosse, que se fosse. Nesse maldito momento em que se encontra o amor, o aconchego, a segurança, a cumplicidade, a risada gostosa, o carinho, as refeições, as lembranças de um tempo tão curto, a certeza da significância, a dor por ter sido tão pouco. Não há certeza de que seja somente esse momento de vulnerabilidade. O concreto deste momento é que essa noite assistiu as lágrimas e ouviu os urros. Meus.

Desespero, pois o melhor atributo parece ter se perdido. A elegância da arte profissional em que tão bem se saía nao mais lhe pertence. Um poeta? A dor confundiu-se, difundiu-se. A linha entreo poeta e o outro tornou-se impossível determinar. Há que desistir de si.

Sufrágio

E que acusações são essas que à superfície aparecem e intentam roubar a lucidez da escuridão que tão em paz este abriga? Mentira é que o controle em tudo se porta e também que o silêncio volta a significar a bela tolerância dos dias antigos. Que o profundo está à margem de todos os corações habitados e a beleza nada mais é que o fustigo de um relance. Bem se soube que de lá nada haveria. Esperou, soube.

Temores laceram a imagem do glorioso. De outro reino belzebus aparecem a gritar suas posses. Caminhos não há. Não mais teorizada agora encontra-se a face da dor de olhos profundos, embaçados. Cala-se e o silêncio temido é tocado, sentido, saboreado, perdido. Mergulhado neste coração, mais um sufrágio em busca do todo.

O cinza à frente em seu deserto atemporal e insistente no não-calor promete nunca se esconder. À distância do horizonte sucumbe a esperar auxílio de outro a dizer ser nunca estar. Haverá que o caminho seguirá em trazer a si o precisado para um dia no norte crido chegar. Nesta já esteve. Ainda estará.

domingo, 13 de setembro de 2009

Supervalor

Um milhão de eus no suspiro da criação.
O movimento firme na direção oposta ao desejo.
O doce sem a alegria das mãos juntas.
Todos os olhos fixos neste.

A inexperiência é confundida com mentira.
O supervalor é acusado, reprimido.
Somente que passos trôpegos do incauto
Surpreendem o tido cauteloso.

Sim, desejava-se somente que fosse passado.
Que o sentimento pudesse ser somente sombra.
Uma boa lembrança que contribui para o tesouro.

Anseia-se o novo dia.
A nova criação, o novo começo.
O novo coração.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

23:32

E vive-se na loucura de pensar que amanhã pode ser.
Hoje nublam-se.
A alegria de outrora torna-se prisão.
Dor, dor, dor e dor.
Inconstância incongruente.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Sep 8th

Sim, mais um.
E ainda sou.

Loucamente tocado pelas paixões humanas.
Efêmero.

No lugar. No meu.
Saudosista. Individualista.

Que venham os próximos.

sábado, 5 de setembro de 2009

Saudade

Sim, essa infeliz começou a aparecer no início do ano. Experiente que sou, já imaginava o que viria depois. Não a encurralei, claro. Prestei-lhe devida importância. Hoje mostra-se novamente. Sei que é mais importante. Adquiriu tamanho e realidade. Hoje importância não lhe é mais necessária. Contudo o desejo é encurralá-la, escondê-la, negá-la, mentir-lhe. Experiente que sou, sei que não é remédio suficiente. Então me recolho. Aquieto-me e espero que o tempo ajude na adaptação.

Você sabe, amo você. Há nesse coração a certeza de que você se lembrará da frase: "Ah não, que bom que você não vai mais, né?! E um sorriso tímido surgirá. Depois dele, outras histórias virão e terá lugar a gargalhada deliciosa que você tem.

Sei, estou vivendo uma nostalgia. Junto a ela, já se soma a saudade.

Droga! Por que tem que ir?? Pode ter certeza, tem um monte de besteira vindo por aí nesses próximos 7 meses.





quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Guilty

But you still linger in here, and it just hurts so bad.
I wonder whether I will ever be the same again.
I wish it had never happened to me or anyone in this planet.
Deep in here I want you to vanish.
Deeper than that lays the desire of your presence and touch.
The feeling I could never sense as a whole.
It is all my fault. My bad. Mea culpa.