sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Portas

Que coisa ver por estes olhos
O que os ouvidos sempre duvidaram.
E receber por estar portas 
O que não antes poderia ser crido.
Que coisa permanecer na dúvida da lógica 
Suplantada pelo desejo de viver.
Muito no Nada de uma claridade de calmaria desconhecida.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Facing

Não julgar fica cada vez mais difícil.
Hipocrisia ao declarar e pregar uma fé não vivida.
Palavras tantas à mente e à boca, mas não ao lápis.
Ou teclado.

Sei não haver amor perfeito.
Porém quão longe fica esse do mínimo?
Torna-se aceitável um o-quê?
Invisível decepção ao enfrentar
a descolor vida que tão bem pintada antes foi.

Hoje me abraça o que sempre tão dito foi.
A mentira que viver é.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Donné à Moi

Je crois
Que tu vois
Mon coeur
Que tu as refusé
Que J'ai fermé
Pour toi
Ne pas me juger

Muitos em Mim

Quem são esses, pergunto, que à necessidade das palavras mudo fico?
Que me acontece quando são preciso estar e algo nenhum pareço entender?
De onde vêm todos eles?
Onde precisam alcançar?
Questiono mesmo a propriedade da saúde que sempre acusaram(e) ter.
São muitos, disso tenho certeza. Se todos são, 'naosei'.

Todos escolhem o mesmo foco e por esses olhos enxergam um mundo humano.
Seria mesmo esta a natureza da situação que não mais inédita é?
Confuso, Confúcio, Catedral, Coração... Caralho!
Que coisa cá me está a acometer?

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Funeral Blues

Stop all the clocks, cut off the telephone,
Prevent the dog from barking with a juicy bone,
Silence the pianos and with muffled drum
bring out the coffin, let the mourners come.

Let aeroplanes circle moaning overhead
Scribbling on the sky the message He Is Dead,
Put crepe bows round the white necks of public doves,
Let the traffic policeman wear black cotton gloves.

He was my North, my South, my East and West,
My working week and my Sunday rest,
My nook, my midnight, my talk my song;
I thought that love would last forever: I was wrong.

The stars are not wanted now; put out every one;
Pack up the moon and dismantle the sun;
Pour away the ocean and sweep up the wood;
For nothing now can ever come to any good.

W. H. Auden

domingo, 1 de novembro de 2009

Despertar

Sim, eu o vejo.
E não seja ingênuo a ponto de fechar os olhos
e pensar que assim o futuro se esconde de você.
Seus 13 há muito estão longe.
E o mais irritante é perceber que só não de si.
Quando é que se abrirá a perceber que só não morrem
os que já mortos estão?