domingo, 31 de janeiro de 2010

Corja

Por belos rostos aliam-se à perfeita reputação.
Jamais voz alguma poderia trazer à tona a ré, mentira.
O verdadeiro, por sua vez, é escondido, anulado, preso.
E alguns corações doem às escuras
Enquanto sorrisos são oferecidos por barganhas.

Por inocente, nenhum passará.
Claro, paga haverá do que foi dito,
Mais do não dito, cumplicidade.

Pergunta-se, seriam porventura nomeados corja?
Este, com certeza, seus nomes terá.
Aos muitos julgamentos, Outro ainda acrescentará.
Espera em silêncio.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Querer

Mas nenhum sentido há para assim querer estar
Antes o conforto do não-pertencer e sem dor continuar
Antes a morbidez do contínuo inexpressivo
E do descolor sem as borboletas indesejadas

Mas o sentido não é o que se precisa para querer estar
Nem o conforto do não-pertencer ou sem a dor continuar
Muito menos mórbido permanecer num inexpressivo contínuo
de descolor sem borboletas.


O que se quer é a loucura do surto experenciar.
Do remédio para a saudade todo dia procurar.
Da alegria do contato sempre desejar.
E no fim de tudo no contato se deleitar.

Querer você aqui é o que se sabe querer.
O balbucio de palavras queridas só pra agradá-lo.
Só para me satisfazer.
Querer no momento é o único que se sabe fazer.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Fiel

E quem foi que disse que se pode saber?
A ignorância quanto ao destino é o guia.
Deixa bem claro que é dona de si e dos seus.
Ao tentar o drible o infortúnio é meu.

Mas sempre fiel ao que sente
Segue na tentativa de acertar
e levar consigo aqueles que pode abarcar.

Na loucura de todos os dias ver
Que os atos consigo trazem as desgraças.
Mais importante que estas, aquelas, as graças.

Fiel a si, sempre.