sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Falta




Sinto falta desse idioma
Que poucos podem entender.
Desse código,
Que se explica.
Que palavras,
Vocábulos,
ou Caracteres são
Desnecessários.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Rouxinol



Vontade até que dá de acorrentar e deixar aqui, bem pertinho,
Na palma da mão, protegido. Mas e aí, o que fazer depois?
Sempre tem aquele perigo do enjaular 
E justamente por isso, perceber o desejo de ir.
Se for por resultado dessa condição, 
Já sabe que dificilmente retorna. Foi e foi.

Apesar disso, há a lembrança do que é. 
Um rouxinol não é bonito preso.
Não canta quando preso.
Não vive a não ser solto.
Feliz e vivo.

Melhor deixar solto, que cante onde quiser.
Que voe algures, sem a preocupação do passado.
Somente com a saudade do amor.
Pois assim se sabe, logo volta. Saudade chama.

Afinal, rouxinóis também são humanos,
Assim, também são sofredores deste mal.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Sem Tom

Aquilo que se quer esconder.
Que se acha dever.
Que se quer tentar.

Algumas
Bem não encaixam.
Demais escondem.
Em demasia mostram.

O que não pode disfarçam.
O que não deve mostram.

Daí, de dentro o medo grita e arranca passagem.

Acaba com a palhaçada do bom tom.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Leveza

Essa que não se lê da maneira normal
Escreve justamente assim,
com E, de
Exagerada,
Exacerbada,
Exibida,
Exposta
E
Esfregada na minha cara.

Mas o que é que eles têm?
Por quais mercados andaram
E adquiriram esse bem que não conheço?

Enquanto não chego lá, continuo com minha prática
Mais sublime. A do Pretender.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Analfabeto

Não sei escrever, e isso me mata.
Tira minha voz.

Falo às letras
E elas não respondem.

Sou mudo, inexistente.
Quero ter a voz, e quero. Só.

Não sei viver, nem andar.
Sou analfabeto e deficiente.

Sou assim, necessitado.
Perdido. Inacabado.


Ainda não acabado.

Desses.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Agente

A gente se engana, se perde.
Engana e perde.
Passa de a gente a agente.
Indivíduo. De uma célula só.

Vereda por caminhos mais atraentes.
Tenta guardar, como personagens de contos,
O caminho de volta.

No fundo sabe que pode voltar.
Mais fundo sabe que pode não.

A gente insiste, luta,
Se engana e se perde.