há caminhos que se cruzam,
como quem não quer ficar,
mas também não sabe partir.
uns eu fechei com a palma inteira;
outros deixei entreabertos,
como quem esquece de esquecer.
guardo no corpo
os rastros de onde fui chão
e as marcas sutis
de onde fui abrigo.
há em mim uma sede antiga
por mãos que amparem.
mas sigo,
às vezes trêmulo,
às vezes sóbrio.
sigo.
acostumei meu peito
a abrigar o que não volta,
e a sorrir, às vezes,
pro que ainda pulsa,
mesmo sem presença.
se o amor é morada,
o depois é eco.
e eu aprendo a morar no eco,
sem esperar resposta.
tudo que encerra
também acende.
eu me dou a chance
de ser
meu próprio caminho.
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