sexta-feira, 2 de maio de 2025

rastro

tentei.
com o que não era inteiro.

fiz silêncio.
guardei lembranças
em caixas sem tampa.

aprendi a andar
com um espaço a mais no peito.
e chamei de tempo.

não falo.
escrevo.
deixo rastro.

às vezes,
um gesto de longe,
parece diálogo.

não sei.

talvez sejam sinais
em nuvens mudas.

mas há uma alegria mansa
só de imaginar.

e mesmo que não,
há beleza em sentir assim:

devagar,
com cuidado,
como quem toca um nome
sem dizê-lo alto.

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