Vontade até que dá de acorrentar e deixar aqui, bem pertinho,
Na palma da mão, protegido. Mas e aí, o que fazer depois?
Sempre tem aquele perigo do enjaular
E justamente por isso, perceber o desejo de ir.
Se for por resultado dessa condição,
Já sabe que dificilmente retorna. Foi e foi.
Apesar disso, há a lembrança do que é.
Um rouxinol não é bonito preso.
Não canta quando preso.
Não vive a não ser solto.
Feliz e vivo.
Melhor deixar solto, que cante onde quiser.
Que voe algures, sem a preocupação do passado.
Somente com a saudade do amor.
Pois assim se sabe, logo volta. Saudade chama.
Afinal, rouxinóis também são humanos,
Assim, também são sofredores deste mal.
3 comentários:
O post mais bonito de todos!
É MUITO você!
Ah, quantos pássaros já passaram por mim...Um está muito longe, o que mais desejo... Mas a liberdade que cerceio é também aquela que perco... Então amo e desejo que livre, também ele me ame (espero).
Amei esta poesia. E esse meu amigo que disse que gostaria de ser poeta? Já é!
Parabéns pelo lirismo explícito, mesmo que fingido, visto que desperta algures o que jaz adormecido sob camadas de ceticismo.
Abração!
interesting conflict between 'acorrentar' and 'protegiddo' :-)
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