Não sei escrever, e isso me mata. Tira minha voz. Falo às letras E elas não respondem. Sou mudo, inexistente. Quero ter a voz, e quero. Só. Não sei viver, nem andar. Sou analfabeto e deficiente. Sou assim, necessitado. Perdido. Inacabado. Ainda não acabado. Desses.
Funesta, força seu caminho pr'esse lado. Num pulsar exibicionista da pompa Do existir 'não-violento'. Sempre silenciosa aparentando A perfeição/dependência da convivência. Condena seus hospedeiros à subvida. É Atroz, Bárbara, Cruel, Desumana, Seva e Sádica. É Assassina, Homicida, Matadora e Mãe de Chacina. É Abominável, Abjeta, Aborrecível, Baixa, Desprezível, Execrável, Ignóbil e Ruim. No fim o é, como sempre, Saudade.
A toast to hard choices! To the ones people have done Not bothering to care Whether they might hurt you or not, What goes on in the inner being.
A toast to family homicide! The one they put you through By showing how much love They do not hold for you Even if you carry the same blood.
A toast to hipocrasy! The mean yet somehow exquisite art Of portraying the vivid image of a Perfection that has never existed. What is more, that will never be seen.
Por belos rostos aliam-se à perfeita reputação. Jamais voz alguma poderia trazer à tona a ré, mentira. O verdadeiro, por sua vez, é escondido, anulado, preso. E alguns corações doem às escuras Enquanto sorrisos são oferecidos por barganhas.
Por inocente, nenhum passará. Claro, paga haverá do que foi dito, Mais do não dito, cumplicidade.
Pergunta-se, seriam porventura nomeados corja? Este, com certeza, seus nomes terá. Aos muitos julgamentos, Outro ainda acrescentará. Espera em silêncio.
Mórbida noite frutífera em seu sono ausente. Acabam todos os doentes à luz anseiar teu rosto. Imponente in-hesitante ao revelar sonhos não desejados. Trabalho incansável à morte sempre a espreitar. Solidão mentirosa na insistência de permanecer ligado. Paira movimento desobedecendo à lei estabelecida. Cativa corações por não-lugar sempre estarem. Dores gera no nunca ser deixada marcando o lugar original. Promessa há que no próximo diferente passo encontrar. Se mais uma, ultrapassada no seu infinito de torpor. Sabe-lá um dia o encanto findar e Ela pra um a face revelar. Decidindo consigo tomar ao seu reino de dor eternidade e calor.
Já não se sabe mais onde está a raiz da dor. O que causa esse desespero, esse monstro que a qualquer momento sai, grita, sangra. Não há controle nem reconhecimento. É terreno novo, inexperiência, insegurança. Os gemidos já fazem parte do dia-a-dia. E o clamor sincero dos amigos não mais parece ter força. A capacidade de despertar e perceber que tudo foi somente um sonho ruim parece não existir. A escuridão e o cinza são a realidade.
Não queria que assim fosse, que se fosse. Nesse maldito momento em que se encontra o amor, o aconchego, a segurança, a cumplicidade, a risada gostosa, o carinho, as refeições, as lembranças de um tempo tão curto, a certeza da significância, a dor por ter sido tão pouco. Não há certeza de que seja somente esse momento de vulnerabilidade. O concreto deste momento é que essa noite assistiu as lágrimas e ouviu os urros. Meus.
Desespero, pois o melhor atributo parece ter se perdido. A elegância da arte profissional em que tão bem se saía nao mais lhe pertence. Um poeta? A dor confundiu-se, difundiu-se. A linha entreo poeta e o outro tornou-se impossível determinar. Há que desistir de si.
Um milhão de eus no suspiro da criação. O movimento firme na direção oposta ao desejo. O doce sem a alegria das mãos juntas. Todos os olhos fixos neste.
A inexperiência é confundida com mentira. O supervalor é acusado, reprimido. Somente que passos trôpegos do incauto Surpreendem o tido cauteloso.
Sim, desejava-se somente que fosse passado. Que o sentimento pudesse ser somente sombra. Uma boa lembrança que contribui para o tesouro.
Anseia-se o novo dia. A nova criação, o novo começo. O novo coração.
Não, não é sua vez de provar do sentimento de ser tudo. Seu coração encontra agora a sombra do que um dia verá. O frio em face.
E sua mistura de dores, alegrias, ansieades, mentiras, fingimento, sorrisos e canções confronta-se com aquilo que pra viver nasceu. Sua dor é somente espelho dos que à sua frente já estiveram.
Todos são sabedores das razões que cria. Claro, culpa sua não é, são apenas escolhas, e desta vez você o compasso não o alcançou.