Vontade até que dá de acorrentar e deixar aqui, bem pertinho, Na palma da mão, protegido. Mas e aí, o que fazer depois? Sempre tem aquele perigo do enjaular E justamente por isso, perceber o desejo de ir. Se for por resultado dessa condição, Já sabe que dificilmente retorna. Foi e foi. Apesar disso, há a lembrança do que é. Um rouxinol não é bonito preso. Não canta quando preso. Não vive a não ser solto. Feliz e vivo. Melhor deixar solto, que cante onde quiser. Que voe algures, sem a preocupação do passado. Somente com a saudade do amor. Pois assim se sabe, logo volta. Saudade chama. Afinal, rouxinóis também são humanos, Assim, também são sofredores deste mal.
Aquilo que se quer esconder. Que se acha dever. Que se quer tentar. Algumas Bem não encaixam. Demais escondem. Em demasia mostram. O que não pode disfarçam. O que não deve mostram. Daí, de dentro o medo grita e arranca passagem. Acaba com a palhaçada do bom tom.
Não sei escrever, e isso me mata. Tira minha voz. Falo às letras E elas não respondem. Sou mudo, inexistente. Quero ter a voz, e quero. Só. Não sei viver, nem andar. Sou analfabeto e deficiente. Sou assim, necessitado. Perdido. Inacabado. Ainda não acabado. Desses.