Coerência que machuca Ao somente se manifestar Nos maiores paradoxos. Voz que deve ser seguida Ao grito reconhecido como Paz. Um caminho que aos insanos É reservado.
Sim, sei bem Que nunca serei alguém. Sei de sobra, Que nunca terei uma obra. Sei, enfim, Que nunca saberei de mim. Sim, mas agora, Enquanto dura esta hora, Este luar, estes ramos, Esta paz em que estamos, Deixem-me crer O que nunca poderei ser.
Claro. Por toda a história e em suas histórias, Em meio a todos os títulos E tantos atributos Não havia outro melhor A ser designado. Assim pouco me conheço, Assim sou nomeado, Assim fui enterrado, Assim sou chamado: Lucas Rigonato!
Quando os dias não devem ter voz E só queremos que passem e Não nos incomodem com sons E palavras, conversas, risadas. Quer-se somente a cumplicidade E a junção de silêncios.